segunda-feira, 23 de dezembro de 2013




  Fazia muito tempo que não me encontrava no meio das bagunças que a vida causa. Acho que todo mundo já se sentiu assim, meio perdido e sem norte, meio Rebelde e sem causa, meio ou metade sem nexo e sentido. Todo mundo já acordou um dia e se viu envelhecido no espelho sem se aperceber que o tempo é quem nos gastou, assim como a lima gasta lamina, quanto mais precisa e afiada for mais gasta e sofrida á de ser. 

                                                                                                           DJMF

domingo, 22 de dezembro de 2013


“Ser” inteligente

  Lembro-me de quando mais menino subir em arvores, pular corda e brincar de pega-pega, no entanto hoje em dia num mundo de pouca criatividade é difícil pra aceitar que musica já não é mais para acrescer, ou melhor, que a Arte tornou-se um produto e as mídias reflete a burrice do nosso meio social em exemplo banal de ostentação e dimerização da sexualidade humana, é quase como se a evolução fosse reversa e agora o buscamos uma desculpa para aferir conteúdos de essência vazia de significância ou sentido.
  As composições atuais de nossas mídias precisam expor a sexualidade instintiva e explicita, pois parece que a sociedade de hoje não possui se quer imaginação e precisa de meios para os fins da natureza humana que é reproduzir. Não atribuindo demérito a tal fator essencial para a existência, mas a meu ver estamos descendo degraus que já tinha avançado antes, meus autores prediletos, minhas musicas e filmes prediletos nem se encaixam nessa nova realidade, onde a sexualidade frívola é jogada muitas vezes sobre crianças por meio de musicas, filmes, novelas e exemplos que ensinam o banal como normal.
  Mas também em uma sociedade que ergue estatuas pra jogadores de futebol em enquanto outros morrem de fome só pode ser uma sociedade doente, pois não a explicação plausível para o descaso com o qual tratamos a vida de quem não nos convém, e nossa  mídia constrói e fecha um muro de banalidades e de ideologias que não nos permitem nem pensar, tendo como única saída a criticidade, que por sua vez pede reflexão e esforços intelectuais, o que é pedir muito para indivíduos que a meu ver só vagam sobre a terra, desperdiçando talvez sua maior divindade, que é a de ser a inteligência do universo, esquecem-se da importância do que é ser vida inteligente,  e simplesmente viver e vagar é contra a natureza do que deveríamos ser, é um atentado a expressão atribuída a cada homem, a de ser vida inteligente, e fica pra mim a pergunta; o que é mais deprimente, um animal irracional se fingindo de homem, ou um homem se fazendo irracional?

                                                                                                                                                   DJMF

Por que Confiar em Si Mesmo?

A confiança só será possível se primeiro tiver confiança em si próprio. E isto deve começar por acontecer dentro de si. Se tiver confiança em si próprio, poderá ter confiança em mim, poderá ter confiança nas pessoas, poderá ter confiança na existência. Mas, se não tiver confiança em si próprio, então nunca mais será possível ter confiança em mais ninguém. E a sociedade corta a confiança pela raiz. Não permite que você confie em si próprio. Ensina-lhe todo o tipo de confiança - confiança nos pais, confiança na Igreja, confiança no Estado, confiança em Deus, ad infinitum. Mas a confiança básica é completamente destruída. E depois qualquer outra confiança será uma impostura, estará destinada a ser uma impostura. E então qualquer outra confiança não passará de meras flores de plástico. Não há em si raízes verdadeiras que lhe permitam fazer nascerem flores verdadeiras.

A sociedade faz isso deliberadamente, de propósito, porque um homem que confie em si próprio é perigoso para a sociedade - uma sociedade que depende da escravidão, uma sociedade que investiu demasiadamente na escravidão. Um homem que confie em si próprio é um homem independente. É impossível fazer previsões a seu respeito, ele movimentar-se-á conforme quiser. A liberdade será a sua vida. Confiará quando sente, quando ama e, nesse caso, a sua confiança conterá em si uma grande intensidade e verdade. Então a sua confiança será viva e autêntica. E ele estará pronto a correrem todos os riscos pela sua confiança - mas só e apenas quando ele a sente, apenas quando ela é verdadeira, apenas quando ela mexe com o seu coração, apenas quando ela mexe com a sua inteligência e com o seu amor. Não se pode forçar esse homem a ter qualquer espécie de crença.

Esta sociedade depende da crença. Toda a sua estrutura assenta na auto-hipnose. Toda a sua estrutura se baseia na criação de robôs e de máquinas, não de homens. A sociedade precisa de pessoas dependentes — e é tanto mais assim quanto elas estão constantemente a precisar ser tiranizadas, tanto mais assim quanto elas andam sempre à procura dos seus próprios tiranos, dos seus próprios Hitler, dos seus próprios Mussolini, dos seus próprios Stalin e Mao Zedong. Transformamos esta terra, esta terra tão bela, numa grande prisão. Umas quantas pessoas famintas de poder reduziram a humanidade inteira a uma populaça. Ao homem só é permitido existir se ele se comprometer com toda a espécie de disparates.


Osho, in 'Intimidade'



A Regra Fundamental de Vida

Quando nós dizemos o bem, ou o mal... Há uma série de pequenos satélites desses grandes planetas, e que é a pequena bondade, a pequena maldade, a pequena inveja, a pequena dedicação... No fundo é disso que se faz a vida das pessoas, ou seja, de fraquezas, de debilidades... Por outro lado, para as pessoas para quem isto tem alguma importância, é importante ter como regra fundamental de vida não fazer mal a outrem. A partir do momento em que tenhamos a preocupação de respeitar esta simples regra de convivência humana, não vale a pena perdermo-nos em grandes filosofias sobre o bem e sobre o mal. «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti» parece um ponto de vista egoísta, mas é o único do gênero por onde se chega não ao egoísmo mas à relação humana.

José Saramago, in "Revista Diário da Madeira, Junho 1994"