Sociedade
Hipócrita (Nosso Egoísmo)
Sociedade
Hipócrita
(Nosso
Egoísmo)
Por que
estamos sempre a reclamar, insatisfeitos, incompletos, insaciáveis?
Sabe, outro
dia a caminhar, estive observando o caminho por onde andava e pesando o quanto
somos egoístas, insensíveis e às vezes inconsequentes. Isso mesmo, fazemos as
coisas a nosso bel prazer, e raramente nos preocupamos com as consequências dos
nossos atos. Quantas vezes já paramos para olhar e refletir sobre o que
acontece ao nosso lado, bem ali ao alcance das vistas.- Poucas é a resposta-.
Estamos sempre reclamando e buscando justificar o injustificável, de fato
olhamos, enxergamos, mas não doamos um pouco de nós mesmo como contribuição
para a resolução dos problemas que vivenciamos e testemunhamos, portanto,
embora com visão, continuamos cegos.
Nesse
contexto, na verdade, queremos mesmo que alguém encontre uma solução, mas, via
de regra não contribuímos, se possível dela queremos tirar proveito. O
crescimento da desigualdade também sofre essas consequências, veja que quem
ascende ao poder, recitou, utilizou, tripudiou usando como tema os problemas
sociais, mas raramente encontramos alguém que esteja disposto a resolvê-los, ao
contrário, também querem ganhar com eles. No fim, tripudiam com a boa-fé dos
incautos.
Muitos
reclamam por haver comido apenas um pão no café da manhã, ah!!!!, só um copo
com leite!!!, ou um bife no almoço!!!, não quer comer no jantar sobras da mesma
comida servida no almoço. Aquelas roupas não servem mais (embora seminovas)
para ir a lugar algum, pois seus colegas já o viram com elas. Certo, tudo bem,
também não quer dividir seu quarto com seu irmão, quer um só pra você, ora, já
não suporta mais seus irmãos chatos, intoleráveis. Não, não aceita dividir seu
espaço, exige privacidade, ah!!! Eles mexem em suas coisas. Esta chateado
porque sua mãe demorou um pouco mais para apanhá-lo na porta da escola. É você
pensa que realmente tem problemas, motivos e razão para reclamar de tudo.
Sabe! Eu lhe
pergunto, faz ideia ou imagina ao menos de longe quantas pessoas querem apenas
um pedaço de pão e um pouco de café com leite para amenizar um pouco a fome que
sentiu por toda a noite? . Não ter o prazer de ter um pouco de comida no
horário de almoço. Não!!!, Você não sabe!. Alguns menos favorecidos precisam de
sorte para fazer uma refeição ao dia, outros, mesmo trabalhando de sol a sol
não conseguem ganhar o suficiente para cear uma refeição digna com sua família.
Também tem aqueles que não têm o prazer de trocar de roupa todos os dias, pois,
lhe falta o mínimo. UM desafio, pare, pense e reflita.
Segundo a
ONU, milhões de pessoas passam fome no mundo (embora alguns países sejam tão
ricos) e desses milhares morrem diariamente por falta de alimento e a situação
deve piorar nos próximos anos.
Talvez não
saiba quantos desejam ter um teto, um barraco qualquer, para descansar depois
de um fatigante dia de trabalho, para sentir o prazer de uma boa noite de sono
e não passar mais uma noite ao sabor da intempéries naturais impostas pelo
relento da noite. Outros além de não não ter o teto se quer tem um cobertor
para se cobrir, e muitas vezes acorda do seu pesadelo cotidiano açoitado pelo
frio e a fome. É fácil verificar, você não viu ou não quis enxergar, esta aí
para todos nós vermos. Mas tu que se esconde por trás da hipocrisia e com o
cobertor da ambição ou mesmo pelo descaso social, não é capaz de mensurar a
profundidade das palavras fome, necessidade e desespero.
Ledo engano,
você pensa que realmente tem motivos para reclamar de tudo e de todos, mas
certamente não se da o trabalho de olhar ao seu redor, é preciso olhar,
enxergar e sentir, depois compreender que são pessoas como você que estão a
mercê do tempo e da sorte. Não busquemos um culpado, é melhor buscarmos a
consciência, ela sim, pode nos dizer o que cada um de nós estamos fazendo para
retribuir o que nos foi dado, ou o que podemos fazer para minorar a situação
crítica dos mais necessitados.
A Pergunta
insiste em não querer calar, se lembra quando passeava e passando pela calçada
nem se quer notou aquele pedinte todo sujo, exalando mal cheio por falta de
higiene, dentes quebrados, roupas em trapos, pés descalços (acontece todo dia,
basta reparar). Andando um pouco mais será que viu aquele senhor que revirava
um tambor de lixo e ao lado seus filhinhos aguardavam ávidos que algo de
“comer” fosse encontrado? não percebeu que dali retirava instintivamente sobras
de alimentos e numa ação automática (às vezes irracional) fazia ali, ele e seus
filhos talvez a única refeição do dia.
Como somos
egoístas, não quero acreditar, mas é real, a grande maioria age assim, não
querem enxergar um palmo à frente do nariz, só veem mesmo aquilo que querem
ver, mas não o que efetivamente está `a frente de seus olhos. Não nos
interessa, não queremos misturar, somos diferentes, somos maiores, superiores é
assim que pensamos, além do mais o que temos com isso, que outros ajudem, eu
estou fora. É assim que a maioria pensa e se comporta. A nossa postura denota
que somos ainda mais pobres do que eles. Porque eles carregam a pobreza
material, nós a pobreza moral e espiritual.
Penso que é
preciso repensar nossos valores, quem somos, para que servimos, qual é a nossa
contribuição para o relacionamento pessoa a pessoa, pessoa a família e pessoa
sociedade, “que sociedade”?, nada vejo que possa nos inserir no contexto de
sociedade, estamos alienados ao nosso mundo, é forçoso mas temos que admitir.
Portanto, estamos longe da mais elementar definição de sociedade. Esta
compreende no minimo um conjunto de pessoas iguais em direitos e deveres. Esse
comportamento de exclusão é irônico, contraditório e ultrajante, nada que possa
nos dar orgulho, antes devemos ter vergonha. Eis que também somos culpados pela
indignidade em que vivem nossos coirmãos.
Será que
essas pessoas que vivem nessas condições escolheram ou pediram para viver
assim, ter uma vida de humilhação, sofrida, castigada, desprezada, humilhada,
discriminada, e tantos outros adjetivos negativos?. Acho que não, prefiro
pensar que o descaso individual e coletivo, as injustiças, a falta de vontade
humana e política, a descendência da árvore genealógica (em que o poder e
riqueza perpetuam em uma mesma casta por séculos) e, sobretudo, o espirito fraterno,
somados o real ao irreal para se chegar ao ideal, criaram um quadro
absolutamente reprovável quanto a visão humana sobre a ótica da vida.
A hipocrisia
está no lugar mais alto, lá nos palanques, em discursos efusivos, enérgicos,
floreados, regados a aplausos e bajulações, mas quase sempre desprovidos de
qualquer utilidade pratica. Acostumamos com as falácias utópicas, vez por outra
acreditamos que de fato eles os (discursadores - oradores) irão efetivamente
cumprirem as promessas permeadas de oralidade eloquente, mas ao final de mais
um mandato continuamos frustrados. Malgrado, que só nos resta o óbvio, deixam o
mandato mais ricos do que começaram e sempre encontram um meio para continuar
sugando nas tetas do erário.
Façamos um
trato, assumamos que erramos e de hoje em diante cada um de nós faremos a nossa
cota/parte, quem puder gritar que grite, quem achar melhor faça calado, mas
faça. Por exemplo, propondo iniciativas que acuda aquele que já não tem a quem
recorrer. Um bom ponto de partida seria a indisponibilidade dos bens, a favor
de programas assistenciais (casa de apoio, profissionalizante, instituição de
saúde, etc) dos políticos que forem apanhados furtando o dinheiro público, que
é nosso. Nós os cidadãos e as pessoas jurídicas são a única fonte de recurso do
Estado. Então que tome dos corruptos e devolva ao povo o que dele foi tirado,
por que o Brasil só está nessa situação em razão dos longos anos de sangria que
vem sofrendo.
Aqui não
desejamos os contornos um discurso moralista, mas é preciso ferir o brio
daqueles que estão com as rédeas nas mãos, eles não possa e nem devemos
aceitar que levem o país aos caos.
Para
finalizar, Anunciar a ideia de respeito ao próximo e ajuda mútua, já é um bom
começo, sem demagogia é ainda melhor. Deixemos de ser essa sociedade hipócrita.
José Virgilio Dias de Sousa - Perfil
do Autor:
Bacharel em
Direito pela Universidade Paulista, Especialista em Direito Constitucional e
Administrativo/Docência Universitária Pela PUC - GOIÁS/GEPC, Atualização
Ciências Penais Pelo IELF/LFG, Agente de Polícia e Vice - Presidente da União
Goiana dos Policiais Civis.
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